HISTÓRIA DO CINEMA
O Nascimento da Linguagem
Irmãos Lumière
George Meliés - Viagem À Lua; A Conquista do Pólo
David Griffith - Nascimento de Uma Nação; Intolerância
Charles Chaplin – Em Busca do Outro; Luzes da Cidade; Tempos Modernos
Russos – A câmera e a Montagem
Sergei M. Eisenstein - Ivan, o Terrível; O Encouraçado PotemkinDziga Vertov - O Homem com a Câmera
Pudovkin – A Mãe
Alemães
Expressionismo
F.W. Murnau - O Gabinete do Dr. Caligari; O Terceiro Homem; O Golem; Aurora;
Nosferatu;
Outros
Fritz Lang - M, o Vampiro de Dusseldorf; Dr. Mabuse; Metrópolis
Leni Riefenstahl - O Triunfo da Vontade
Franceses
Marcel Carné - Cais das Sombras (1938)
Julien Duvivier - Um Carnê de Baile (1937)
Jean Vigo - Atalante (1934)
Abel Gance – Napoleon (1927)
Nórdicos
Carl Th. Dreyer - Vampiro; A Paixão de Joana D'ArcO CINEMA NO BRASIL E NO MUNDO
CINEMA BRASILEIRO
Até anos 40
Mário Peixoto – Limite (1930)
Humberto Mauro - Ganga Bruta (1933); O Canto da Saudade (1952)
Anos 50
Lima Barreto - O cangaceiro (1953)
Alex Viany - Agulha no palheiro(1953)
Roberto Santos - O grande momento (1958)
Nelson Pereira dos Santos - Rio 40 graus (1954); Rio Zona Norte (1957)
Anselmo Duarte - O pagador de promessas
Roberto Farias - Assalto ao trem pagador
Luís Sérgio Person - São Paulo S.A.
Anos 60
Walther Hugo Khouri – Noite Vazia (1964)
Roberto Santos - A hora e a vez de Augusto Matraga (1965)
Cinema Novo
Nelson Pereira dos Santos - Vidas secas (1963)
Glauber Rocha - O pátio (1959); Uma cruz na praça (1960); Barravento (1961), Deus e o diabo na terra do sol (1964); Terra em transe (1967); O dragão da maldade contra o santo guerreiro (1969); Cabeças cortadas (1970);A idade da terra (1980).
Rui Guerra - Os Fuzis; Os Cafajestes
Paulo Cézar Saraceni - Arraial do Cabo
Cacá Diegues – Ganga Zumba (1963)
Walter Lima Jr. – Brasil Anos 2000
Joaquim Pedro de Andrade - Couro de gato(1961), Garrincha, alegria do povo (1963); O padre e a moça (1965); Macunaíma (1969)
Anos 70
Arnaldo Jabor – Toda Nudez Será Castigada (1973)
Nelson Pereira dos Santos - Amuleto de Ogum (1974)
Cacá Diegues - Quando o carnaval chegar (1972), Joana Francesa (1973), Xica da Silva (1975), Bye, bye Brasil (1979)
Walter Lima Junior - A Lira do Delírio (1977)
Joaquim Pedro de Andrade - Os inconfidentes (1971).
Cinema Marginal
Rogério Sganzela – O Bandido da Luz Vermelha
Júlio Bressane – O Anjo Nasceu; Matou a Família e foi ao Cinema; Filme de Amor
Ozualdo Candeias – A Margem
Andréa Tonacci – Bang Bang
Carlos Reichenbach - Lilian M, Relatório Confidencial
Zé do Caixão - À meia-noite levarei sua alma
Anos 80
Hector Babenco – Pixote (1980); O beijo da mulher aranha (1985)
Leon Hirszman- Eles Não Usam Black-Tie
Roberto Farias - Pra frente, Brasil
Bruno Barreto – Dona Flor e Seus Dois Maridos
Walter Lima Jr.- Inocência
Suzana Amaral - A Hora da Estrela
Nelson Pereira dos Santos - Memórias do cárcere (1983), Jubiabá (1985)
Arnaldo Jabor –Eu Sei que Vou te Amar
André Klotzel – A Marvada Carne
Carlos Reichenbach - Filme Demência; Anjos do Arrabalde; Alma corsária
Jorge Bodanzky e Orlando Senna – Iracema, uma Transamazônica (docudrama)
A Partir de 90
Hector Babenco – Brincando nos campos do Senhor
Carla Carmurati – Carlota Joaquina
Ugo Giorgetti - Sábado; Boleiros; O Príncipe
Walter Lima Jr – A Ostra e o Vento
Fernando Meirelles – Cidade de Deus
Walter Salles - Central do Brasil, Diários de Motocicleta
Beto Brant – O Invasor
Tata Amaral – Um Céu de Estrelas, Antonia
Jorge Furtado – Ilha das Flores; Barbosa; O Dia em que Dorival Encarou a Guarda; O Homem que Copiava
Paulo Caldas e Lírio Ferreira – Baile Perfumado
Helvécio RAtton – Uma Onda no Ar
Luiz Fernando Carvalho – Lavoura Arcaica
Guel Arraes – Auto da Compadecida; Lisbela e o Prisioneiro
Lili Café – Narradores de Javé
Lima Chamie – Tônica Dominante
Sérgio Bianchi – Cronicamente Inviável; Quanto Vale ou é por Quilo
Eric Rocha – A Rocha que Voa
Laís Bodansky – Bicho de Sete Cabeças
Carlos Reichenbach – Garotas do ABC
Júlio Bressane – Filme de Amor
Karim Ainouz – Madame Satã
Roberto Moreira – Contra Todos
Cláudio Assis – Amarelo Manga, O Cheiro do Ralo
Domingos de Oliveira – Amores; Separações; Feminices
Sandra Werneck – Cazuza
Anna Muylaert – Durval Discos
Documentaristas
Linduarte Noronha – Aruanda
Eduardo Coutinho - Cabra Marcado para Morrer; Boca de Lixo; Santo Forte; Babilônia 2000; Edifício Master; Peões
Vladimir Carvalho – Conterrâneos Velhos de Guerra; O País de São Saruê; Barra 68
João Batista de Andrade - Liberdade de imprensa; Wilsinho da Galiléia
Paulo Gil Soares - Memória do cangaço ; Arte Popular; Testemunho do Natal; O pão nosso de cada dia; O negro na cultura brasileira
Arnaldo Jabor – Opinião Pública(1967)
Sérgio Bianchi – Mato Eles?
João Moreira Salles - Notícias de uma Guerra Particular; Nelson Freire; Entreatos
Walter Carvalho – Janela da Alma
Laís Bodansky - Cine Mambembe
Paulo Sacramento - O Prisioneiro da Grade de Ferro
José Padilha – Ônibus 174
Márcia Derraik e Simplício Neto - Onde a Coruja Dorme
João Godoy – Vala Comum
Kika Nicolela e Graciela Rodrigues - Fala, Mulher
Izabel Jaguaribe – Paulinho da Viola, Meu tempo é hoje
Victor Lopes – Línguas – Vida em Português
CINEMA NORTE-AMERICANO
O Cinema de Gêneros
MUSICAL
Melodia da Broadway ; O Mágico de Oz ; Cantando na Chuva ; Sinfonia em Paris
Amor Sublime Amor (1961), de Robert Wise/Jerome Robbins; O Picolino
COMÉDIA
Charles Chaplin - O Garoto; Em Busca do Ouro; Luzes da Cidade; Tempos Modernos; O Grande Ditador
Buster Keaton - A General; Marinheiro de Encomenda
Os irmãos Marx - No Hotel da Fuzarca; Diabo a Quatro; Uma Noite Na Ópera; Os Quatro Batutas
O Gordo e o Magro - Fra Diavolo; Filhos do Deserto
Ernst Lubitsch - Ladrão de Alcova; Ninotchka; A Loja da Esquina; Arsenic and Old Lace
Frank Capra - Aconteceu Naquela Noite; Do Mundo Nada Se Leva; A Mulher Faz o Homem; Adorável Vagabundo
WESTERN
Sérgio Leone - Era Uma Vez no Oeste; Por um Punhado de Dólares
John Ford - No Tempo das Diligências; Sangue de Herói; O Céu Mandou Alguém; Rastros de Ódio; As Vinhas da Ira; Depois do Vendaval; O Homem que Matou o Facínora
POLICIAL / NOIR
Howard Hawks - À Beira do Abismo (1944); Scarface
Otto Preminger - Laura; O Rio das Almas Perdidas; Anatomia de um Crime
John Huston - Relíquia Macabra; Falcão Maltês
Robert Aldrich – Kiss Me Deadly
Billy Wilder –Double Indemity
Orson Welles – A Marca da Maldade
Tay Garnett - Postman Always Rings Twice
Anos 30 a 50
Victor Fleming - E O Vento Levou (1939)
Alfred Hitckock – Rebecca; Janela Indiscreta; O homem que sabia demais (1934); Interlúdio (1946); Festim diabólico (1948); Janela indiscreta (1954); Um corpo que cai
Howard Hawks - Levada da Breca; To Have and Have Not; Bringing Up Baby; His Girl Friday
John Huston - Os Desajustados
Sidney Lumet - Doze homens e uma Sentença (1957)
Joseph Mankiewicz - A Malvada (1950); De Repente no Ultimo Verão
Michael Curtiz - Casablanca (1942); Captain BloodBilly Wilder – Farrapo humano; Pacto de Sangue; Crepúsculo dos Deuses (1950), A montanha dos sete abutres (1951);Sabrina; O pecado mora ao lado (1955); Testemunha de Acusação
Elia Kazan Sindicato de ladrões; Clamor do sexo; Um Bonde Chamado Desejo
Richard Brooks - Gata em teto de zinco quente
Modernidade
Orson Welles – Cidadão Kane; Soberba; It's All True ; A Dama de Shangai; Macbeth; Othello; O Processo
Anos 60/ 70
Delbert Mann - Vidas separadas
Martin Ritt - Despedida de solteiro
Sidney Lumet - O homem do prego; Doze Homens e uma Sentença
Arthur Penn - Um de nós morrerá
Nicholas Ray- Juventude Transviada, Rebelde sem Causa; Johnny Guitar
Stanley Kubrick – Glória feita de Sangue; O Dr. Fantástico; Barry Lyndon (1975); 2001 – Uma odisséia no espaço; Laranja Mecânica; Lolita
John Cassavetes – Gloria; Faces; Shadows
Alfred Hitckock –Psicose (1960); Os pássaros (1963)
John Frankenheimer - Sob o domínio do mal
Sidney Pollack- A noite dos desesperados
Billy Wilder – Se Meu Aparamento Falasse (1960); Quanto mais Quente Melhor
Sidney Lumet - Um dia de cão (1975); Rede de intrigas (1976); Serpico" (1973)
Francis Ford Coppola - A Conversação (1974); O poderoso chefão I, II e III, Apocalypse now
Martin Scorsese - Taxi driver; Caminhos Perigosos
Brian de Palma - Carrie, a estranha
Robert Altman- Mash
Bob Fosse - Cabaré
Mike Nichols (alemão)–Quem tem medo de Virginia Wolf?; A Primeira Noite de um Homem
Woody Allen – Manhattan; Noivo neurótico, noiva nervosa; Interiores (1978);
Mel Brooks - O jovem Frankenstein, Que Droga de Vida
Milos Forman (tcheco)- Um estranho no ninho
Roman Polanski (polonês) - Repulsa ao Sexo; O Bebê de Rosemary; Chinatown; O Inquilino
Steven Spielberg- Encurralado; Tubarão (1975), Contatos imediatos de terceiro grau
George Lucas- Guerra nas estrelas
Anos 80
Steven Spielberg- Os caçadores da arca perdida (1981); E.T. - o extraterrestre (1982);
Indiana Jones e o templo da perdição (1984), A cor púrpura (1985)
Martim Scorcese - Touro Indomável (1980); A Última Tentação de Cristo
Woody Allen - A rosa púrpura do Cairo (1985); Hannah e suas irmãs (1986)
Sergio Leone - Era uma Vez na America (1983)
Clint Eastwood – Os Imperdoáveis
David Cronenberg – A Hora da Zona Morta;
Michael Cimino - O Franco-Atirador
Philip Kaufman - Os eleitos
David Lynch – O Homem Elefante; Duna; Veludo azul; Coração Selvagem
David Mammet - A Trapaça; Cadete Winslow; Deu a Louca nos Astros; O Assalto; Spartan
Sidney Lumet - O veredicto (1982); O Príncipe da Cidade (1981)
Samuel Fuller - Agonia e Glória (1980); Cão Branco (1982)
Brian de Palma - Dublê de Corpo
Oliver Stone – Platoon
Jim Jarmusch - Daunbailó
John Sayles - Lianna
Joel Coen – Arizona Nunca Mais; Blood Simple
Stanley Kubrick – O Iluminado; Nascido para Matar
Anos 90 até hoje
Steven Spielberg- A lista de Schindler
Spike Lee - Malcolm X; Garota 6; 25º. Hora
Joel Coen - Barton Fink - delírios de Hollywood; A roda da fortuna
David Lynch – A Estrada Perdida; A História Real; Cidade dos Sonhos
Steven Soderbergh - Sexo, mentiras e videoteipe
Hal Hartley- Confiança
Tim Robbins- Bob Roberts
Quentin Tarantino – Cães de Aluguel, Pulp Ficcion, Jackie Brown; Kill Bill I e II; Sin City
Jonathan Demme - O silêncio dos inocentes
Tony Scott - Amor à queima-roupa
Martim Scorsese - Cabo do medo; A época da inocência; Cassino; Os Bons Companheiros; Gangues de Nova Iorque
Coppola - Drácula
Oliver Stone - JFK, a pergunta que não quer calar
Woody Allen - Neblinas e sombras; Maridos e esposas (1992); Um misterioso assassinato em Manhattan (1993); Tiros na Broadway; Poderosa Afrodite; Todos Dizem Eu te Amo; Celebridades; Dirigindo no Escuro
Robert Altman- O Jogador; Short cuts - cenas da vida
Tim Burton – Os Fantasmas se Divertem; Edward Mãos de Tesoura; O Estranho Mundo De Jack; Marte Ataca!; Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas
Joel Coen – Fargo; O Homem que não estava lá
Milos Forman – O Povo Contra Larry Flynt; O Mundo de Andy
Al Pacino – Ricardo III – Um Ensaio
Sofia Coppola – Encontros e Desencontros
Gus Van Sant – Drugstore Cowboy; Gênio Indomável; Elefante
David Fincher – Seven; Clube da Luta; O quarto do Pânico
Michael Moore – Tiros em Columbine; Fahrenheit 11 de Setembro
Mike Figgis – Despedida em Vas Vegas; Timecode
Darren Aronofsky – Pi; Réquiem para um sonho
Rodrigo Garcia – Coisas que você pode dizer só de olhar para ela
Paul Thomas Anderson – Boogie Nights; Magnólia
Steven Soderberg – Traffic
Mike Nichols (alemão) –Algels in América; Closer
Terrence Malick – Além da Linha Vermelha; Terra de Ninguém
Dan Algrant – O Articulador
Wes Anderson – Os Excêntricos Tenenbaums; A Vida Marinha Com Steve Zissou
Spike Jonze – Quero Ser John Malkovich; Adaptação (roteiros de Charlie Kaufman)
Michel Gondry (francês) – Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (roteiro de Charlie Kaufman)
Christopher Nolan – Memento (Amnésia)
CINEMA DO REINO UNIDO
Monty Python - A vida de Brian, Em Busca do Cálice Sagrado
Terry Jones - O sentido da vida
Terry Gilliam – Brazil, o Filme; O Pescador de Ilusões; Os Doze Macacos
Alan Parker - O expresso da meia-noite
Roland Joffé - A missão
Ridley Scott - Alien, 8º. Passageiro (1979); Blade Runner; Thelma & Louise
Stephen Frears - Relações perigosas; O Segredo de Mary Reilly; Alta Fidelidade, Coisas Belas e Sujas
Derek Jarman - Caravaggio
Neil Jordan- Traídos pelo desejo
Peter Greenaway - O cozinheiro, o ladrão, sua mulher e o amante, A última tempestade; O Livro de Cabeceira
Jim Sheridan - Meu pé esquerdo, Em nome do Pai.
Kenneth Branagh - Henrique V; Muito barulho por nada
Mike Leigh – Naked; Segredos e Mentiras; Agora ou Nunca; Vera Drake
Stephen Daldry – Billy Eliott (2000)
Danny Boyle – Cova Rasa; Trainspotting; Por uma vida menos ordinária
Guy Ritchie - Jogos, trapaças e dois canos fumegantes, Snatch
Ken Loach – Terra e Liberdade; Meu nome é Joe
Sam Mendes – Beleza Americana; Estrada para Perdição
Stephen Daldry – As Horas
CINEMA ITALIANO
Neo-Realismo
Roberto Rosselini - Roma, Cidade Aberta; Paisà; Alemanha, Ano Zero
Luchino Visconti – Obsessão; A Terra Treme; O Leopardo
Vittorio de Sica - Ladrões de Bicicleta; Umberto D; Milagre em Milão
Outras Tendências
Luchino Visconti - Rocco e Seus Irmãos
Federico Fellini - Os boas-vidas (1953); As noites de Cabíria (1957); A doce vida (1960); Fellini oito e meio (1963)
Michelangelo Antonioni –A Aventura; A Noite; O Eclipse; Blow Up
Pier Paolo Pasolini – Teorema; Saló; As Mil e Uma Noites
Valério Zurlini - Dois Destinos (1962)
Mario Monicelli - O Incrível Exército de Brancaleone (1965)
Anos 70
Federico Fellini - Amarcord
Michelangelo Antonioni – Zabriskie point ; O passageiro
Ettore Scola - Nós que nos amávamos tanto (1974); Feios, sujos e malvados (1975); Um dia muito especial (1977)
Mario Monicelli - Meus Caros Amigos
Elio Petri - A Classe Operária Vai ao Paraíso
Gillo Pontecorvo - Queimada
Marco Ferreri - A Comilança
Valério Zurlini - A Primeira Noite de Tranqüilidade
Dino Risi – Perfume de Mulher
Mauro Bolognini - A Grande Burguesia
Marco Bellocchio - De Punhos Cerrados
Bernardo Bertolucci - O Último Tango Em Paris; O Conformista (1970); Novecento; Antes da Revolução
Anos 80
Irmãos Vittorio e Paolo Taviani - Pai patrão
Lina Wertmuller - Camorra
Ermano Olmi - A árvore dos tamancos
Ettore Scola – Casanova e a revolução (1982); O Baile; A Viagem do Capitão Tornado
Federico Fellini - E la nave va (1985)
Bernardo Bertolucci – O Último Imperador
Anos 90 até hoje
Giuseppe Tornatore - Cinema paradiso, A Lenda do Pianista no Mar
Maurizio Nicheti - Ladrões de sabonete
Gabriele Salvatore - Mediterrâneo
Daniele Luchetti - O senhor ministro
Nanni Moretti - A Missa acabou
Gianni Amelio - Ladrão de crianças
Mario Monicelli - Parente é serpente
Bernardo Bertolucci – Beleza Roubada; Assédio; Sonhadores
Ettore Scola - A viagem do capitão Tornado; O Jantar; Concorrência Desleal
Marco Bellocchio – Bom Dia, Noite
CINEMA FRANCÊS
Jean Renoir - A Grande Ilusão (1937); A Besta Humana" (1938)
Robert Bresson – Pickpocket (1959); O Julgamento de Joana D’Arc
Eric Rohmer - Amor à tarde Agente triplo; A inglesa e o duque; Conto de outono; Conto de inverno; Conto de verão; Conto da primavera
Jacques Tati – Meu Tio
Nouvelle Vague
François Truffaut – Os Incompreendidos; Fareinheit 451; A noiva estava de preto; Jules e Jim; A história de Adele H; O Último Metrô
Jean-Luc Godard – Acossado; O pequeno soldado; Pierrot le Fou; Uma mulher casada; A chinesa;Je vous salue Marie; Alphaville; Viver a Vida; O Desprezo; Uma Mulher é uma Mulher
Claude Chabrol – Os Primos
Louis Malle – Trinta anos esta Noite
Alain Resnais - Hiroshima Meu Amor; O Ano Passado em Marienbad
Agnès Varda - Cleo das 5 às 7
Outros
Luc Besson – Nikita
Jean-Jacques Annaud - O amante
Leos Carax - Os amantes da Pont-Neuf
Maurice Pialat - Van Gogh
Régis Wargnier – Indochina
Jean-Paul Rappeneau - Cyrano de Bergerac
Patrice Chéreau – A Rainha Margot
Marc Caro, Jean-Pierre Jeunet – Delicatessen, Ladrão de Sonhos; O FAbuloso Destino De Amelie Poulain
CINEMA IRANIANO
Abbas Kiarostami - Close UP (1989); Através das Oliveiras; Dez
Mohsen Makhmalbaf – Salve o Cinema; Gabeeh, A Caminho para Kandahar
CINEMA JAPONÊS
Akira Kurosawa- Rashomon(1950); Os sete samurais (1954); Dersu Uzala(1975); Kagemusha (1980); Ran (1985); Trono Manchado de Sangue; Dodeskaden (1970), Sonhos; Rapsódia em agosto; Madadayo; Sanjiro; Yojimbo
Yasujiro Ozu- Bom Dia ou Era uma Vez em Tóquio; Dia de outono; Viagem a Tóquio (1953)
Kenji Mizoguchi - Geração do mudo; Contos da lua vaga
Kaneto Shindo - A ilha nu
Masaki Kobayashi - Harakiri
Hiroshi Teshigahara - Mulher da areia
Nagisa Oshima - O império dos sentidos
Shohei Imamura - A balada de Narayama; Água Quente sob Ponte Vermelha
Juzo Itami - Tampopo
Katsuhiro Otomo-Akira
Mitsuo Kurotsuchi - Engarrafamento
Kazuo Hara - O exército nu do imperador
Kohei Oguri - O ferrão da morte
Edward Yang – As coisas simples da vida
Hirokazu Kore-eda – Depois da Vida
Takeshi Kitano – Hana-bi; Verão Feliz; Dolls; Zatoichi
Hayao Miyazaki – A Viagem de Chihiro, Castelo Animado
CINEMA CHINÊS
Zhang Yimou - Lanternas vermelhas; Tempo de Viver; Ju Dou - amor e sedução; A história de Qiu Ju; Nenhum a menos; O Caminho para Casa; Herói; O Clã das Adagas Voadoras
Chen Kaige - Adeus minha concubina
Wong Kar-wai – As Time Goes By - 1988; Nossos Anos Selvagens; Cinzas do Passado; Amor à Flor da Pele, Felizes Juntos; Amores Expressos, Anjos Caídos
Ang Lee – O Tigre e o Dragão
CINEMA ESPANHOL
Carlos Saura - Cría cuervos, de 1976; Carmem, de 1983; Tango; Bodas de Sangue
Victor Érice - O espírito da colméia (1973)
Pedro Almodóvar - Mulheres à beira de um ataque de nervos; Ata-me; Kika; De Salto Alto; A Flor do Meu Segredo; Carne Trêmula; Tudo Sobre Minha Mãe; “Fale com Ela”; “Má Educação”
Mario Camus - Os santos inocentes (1984).
Bigas Luna - As idades de Lulu; Ovos de ouro
Vicente Aranda - Os amantes
Fernando Trueba- Belle époque
José Luis Cuerda - A Língua das Mariposas
Julio Medem – Os Amantes do Círculo Polar; Terra; Lucia e o Sexo
CINEMA MEXICANO
Luis Buñuel - Os esquecidos; Viridiana, O anjo exterminador; O Fantasma da Liberdade; O Discreto Charme da Burguesia; A Bela da Tarde; Tristana
Emilio Fernández - Maria Candelária
Paul Leduc - México insurgente
Jaime Hermosillo - A paixão segundo Berenice
Alejandro Jodorowsky - A montanha sagrada
Luís Alcoriza - O importante é viver
Alfonso Arau - Como água para chocolate
Alejandro González Iñárritu – Amores Brutos; 21 Gramas
Alfonso Cuarón – E Sua Mãe Também
CINEMA ARGENTINO
José Agustín Ferreyra - As ruas de Buenos Aires
Fernando Birri - Os inundados)
Leopoldo Torre-Nilsson - Pele de verão
Fernando Solanas – Tangos, exílio de Gardel; As Nuvens
Hector Olivera - Não haverá mais dores nem esquecimento),
Luís Puenzo - A história oficial
Maria Luísa Bemberg - Miss Mary
Eliseu Subiela – O Homem Mirando o Sudeste; O lado escuro do coração
Juan José Campanella – O Filho da Noiva
Fabián Bielinsky – Nove Rainhas
Marcelo Piñeyro - Kamchatka
CINEMA IOGUSLAVO
Dusan Makavejev - WR, os mistérios do organismo
Emir Kusturica - Quando papai saiu em viagem de negócios (1985), Undreground: Mentiras de Guerra; Gato Preto, Gato Branco; Memórias em Super-8
CINEMA RUSSO
Sergei Eisenstein – A Greve; O Encouraçado Potemkin, Outubro; Que Viva México; Alexandre Nevsky; Ivan, O Terrível
Andrei Tarkovski – Solaris; Andrei Rublev (1966); Stalker (1979); Nostalgia (1982); O sacrifício (1986)
Elem Klimov - Agonia
Tenguiz Abduladze - O arrependimento
Karen Tchakhnazarov- Cidade zero
Pavel Lounguine - Taxi blues
Serguei Paradjanov - Os cavalos de fogo
Vassíli Pitchul - Pequena Vera
CINEMA ALEMÃO
Fassbinder - As lágrimas amargas de Petra von Kant; Querelle (1982); O casamento de Maria Braun (1978); Lili Marlene (1980); Lola (1981)
Werner Herzog- O enigma de Kaspar Hauser; Aguirre, a cólera dos Deuses (1972) e Fitzcarraldo (1981), Fata Morgana (1969), Coração de cristal (1976), Nosferatu; Woyzeck (1978)
Wim Wenders - Paris, Texas; Asas do desejo; Tão Longe, tão perto; O Céu de Lisboa; Buena Vista Social Club; O Hotel de Um Milhão de Dólares
Werner Schroeter – Macbeth
Margarethe von Trotta- Os anos de chumbo
Wolfgang Petersen- História sem fim
Robert Van Ackeren- Armadilha para Vênus
Rudolf Thomé - O filósofo
Michael Verhoeven- Uma cidade sem passado
Percy Adlon - Bagdá Café
Tom Tykwer - Corra, Lola, Corra
Wolfganger Becker – Adeus, Lênin
CINEMA DOS PAÍSES NÓRDICOS
Ingmar Bergman - Morangos Silvestres; Persona; O sétimo selo (1956); A hora do lobo (1968); Gritos e sussurros (1973); Cenas de Um Casamento; Sonata de Outono; A flauta mágica (1975); O ovo da serpente (1979); Da Vida das Marionetes; Fanny e Alexandre (1982); O Silêncio
Alf Sjöberg - Senhorita Júlia
Vilgot Sjöman- Tabu
Lasse Hallström- Minha vida de cachorro
Bille August- Pelle, o conquistador; A casa dos espíritos
Gabriel Axel- A festa de Babette
Kaspar Rostrup - Dançando pela vida
Stellan Olsson - O grande dia na praia
irmãos Aki- Os caubóis de Leningrado vão para a América
Dogma
Lars von Trier – Europa; Ondas do Destino; Os Idiotas; Dançando no Escuro; Dogville
Kristian Levring - O Rei Está Vivo
Thomas Vinterberg – Festa de Família
Soren Krag-Jacobsen - Mifune
CINEMA NEO-ZELANDÊS
Vincent Ward - O intruso; Navigator
Peter Jackson - Almas Gêmeas; O Senhor dos Anéis
CINEMA JUDEU
Amos Gitai – Kadosh – Laços Sagrados
Justine Arlin, Carlos Bolado e B.Z. Goldberg – Promessas de um Novo Mundo
CINEMA POLONÊS
Krzysztof Kieslowski - Não amarás; Não Matarás; A liberdade é azul; A Igualdade é Branca; A Fraternidade é Vermelha; A Dupla Vida de Veronique
Aleksander Ford - Os cavaleiros teutônicos, (1960)
Jerzy Kawalerowicz - Madre Joana dos Anjos (1961),
Krzysztof Zanussi - Espiral (1978)
Andrzej Wajda - Danton, o processo da revolução (1982)
Agnieszka Holland - Os filhos da guerra
CINEMA PORTUGUÊS
Manuel de Oliveira- Amor de perdição; A Carta; O Convento;Um Filme Falado
João Botelho- Tempos difíceis, estes tempos
CINEMA BELGA
Dominique Deruddere – Fama para Todos
CINEMA AUSTRALIANO
Peter Weir - O ano em que vivemos em perigo
Bruce Beresford - A força do carinho
George Miller - Mad Max
Gillian Armstrong- Os últimos dias em que ficamos juntos
Jane Campion - Um anjo em minha mesa; O piano
Jocelyn Moorhouse - A prova
CINEMA CANADENSE
Cinema de animação - Norman McLaren e National Film Board of Canada.
Gilles Carle - A verdadeira natureza de Bernardette
Denys Arcand - O declínio do império americano; Amor e restos humanos; As Invasões Bárbaras
Patricia Rozema - O segredo do quarto branco
Jean-Claude Lauzon- Noite no zôo
CINEMA CUBANO
Humberto Solas - Um homem de êxito, de 1976
Tomás Gutiérrez Alea - A última ceia, de 1976; Morango e chocolate, de 1993
CINEMA GREGO
Constantin Costa-Gavras - Z (1968); Estado de sítio (1973); Desaparecido (1982)
Theo Angelópoulos - Paisagem na neblina; O passo suspenso da cegonha, A Eternidade e Um dia
CINEMA HOLANDÊS
Paul Verhoeven - Louca paixão
Alex Van Warmerdam - Os do Norte
Joe Stelling- O ilusionista
CINEMA HÚNGARO
Miklós Jancsó - Salmo vermelho
Marta Meszaros - Diário íntimo
István Szábo – Mephisto
CINEMA INDIANO
Satyajit Ray- Aparajito (1951)
Mira Nahir - Salaam Bombay!
Nalin Pan - Samsara
Da relação mágica com o mundo ao mundo mágico do cinema
Dedico essa reflexão ao Kinocélula, e ao que venho aprendendo com os alunos desde que começamos esses encontros na ESPM. Porque além de fazer cinema, uma das melhores escolas de cinema é dar aulas de cinema. Desculpe a redundância do termo, mas é assim. Aprende-se muito passando adiante o que se sabe.
De tantos aprendizados, reflito agora sobre um: o fazer do próprio artista. Aqui não falo do profissional, do técnico, do funcionário. Mas do artista.
Tudo parte, primeiro, de uma relação mágica com a arte. Ninguém que se aventura nesse campo sabe definir racionalmente porque o faz, simplesmente se sente movido por uma força da natureza, às vezes até contrária à razão dos tempos, à praticidade da vida e às crenças vigentes, especialmente as que prezam pela segurança. Não, a arte não é um lugar seguro. Pelo contrário, o lugar para onde vamos é assustador e solitário à primeira vista, e somente se tivermos a firmeza interna de continuar é que encontramos a matéria-prima da concepção genuína. Todo o resto é cópia, e por mais bem realizada que seja, não faz tanta diferença no passar do tempo.
Mas voltemos à relação mágica com a arte. A princípio, quem se aventura primeiramente foi raptado. Em algum momento, seja por um filme, música, uma frase, foi abduzido a esse mundo e voltou diferente. No meu caso, o simples ruído do projetor na sala de cinema já era o portal para alguma felicidade: algo me seria contado, uma história, eu seria magicamente transportada para algum universo. Durante aquele tempo do filme, eu não mais seria eu, mas alguém na tela, em outro lugar, em outro tempo. E essa suspensão dionisíaca me faria sonhar acordada e me levaria também a outros lugares de mim.
Eu poderia continuar assim. Uma amante.
Isso faria de mim uma cinéfila, não uma cineasta.
Mas por alguma razão inexplicável, algo me chamou para ser uma realizadora. E, apesar de toda a mística em torno disso, todo o prestígio criado pelo meio, esse não é um lugar confortável. Porque, para começar, tive que abrir mão da minha relação mágica com o próprio cinema, desvendar o mundo atrás das cortinas, atrás das câmeras. Perceber que as histórias não nascem prontas, que os filmes não se fazem como por encanto, mas às custas de muito suor, trabalho, frustrações, fracassos e, sobretudo, medos. Especialmente o medo de não ser compreendida.
Assim, para me forjar cineasta, tive que abandonar o éden da poltrona do cinema. Tive que me submeter aos ácidos nessa alquimia da transposição de amante a artista. Em vários momentos, precisei acreditar quando ninguém acreditava, nem mesmo uma parte de mim que buscava o caminho mais fácil. Em outros momentos, tive que, humildemente, reconhecer que ainda não havia chegado onde queria, me desapegar do feito e recomeçar. Em vários momentos desisti, e graças a essa correnteza inexplicável que acabei chamando destino, fui jogada de volta ao furioso rio de minhas criações.
Até que, nesse turbilhão, colhi alguns frutos. E ao contrário do que se pensa, eles não são os aplausos. São o silêncio de quem não consegue achar palavras rápidas para definir o que viu, ou melhor, sentiu, ao assistir o resultado de tanta batalha. Porque aplausos rápidos e palavras rápidas vêm de lugares confortáveis, mas quando o espectador é também raptado, volta como que entorpecido.
Nada disso se faz facilmente. Como por encanto. A mágica está na tela, mas realizá-la nos coloca em situação de perder a relação mágica com o mundo. E não estou falando da relação lúdica com o mundo, mas de uma falsa crença de que as coisas serão feitas por si mesmas - um resquício do mundo infantil que ainda carregamos. Olho com esse impulso! É ele quem nos leva aos lugares fáceis, quem nos faz desistir na primeira dificuldade, e, principalmente, quem nos faz distorcer um primeiro impulso inovador, em geral ainda estranho, pelo receio de não ser aceito.
Sinceramente, acho melhor errar feio buscando algo inovador do que acertar fazendo o mesmo com roupagens novas. Porque para cada “acerto”, há muitos fracassos. E só quando perdemos o medo do fracasso, superamos esse medo infantil de não agradar, é que ganhamos a firmeza e a maturidade que um artista verdadeiro necessita.
Por isso, sempre me pergunto se quero continuar nesse caminho. Dá trabalho entrar na noite de si. Dá trabalho lidar com esses medos, angústias. Dá trabalho resistir às crenças de sucesso, dá trabalho recomeçar sempre. Às vezes, em trégua, volto à sala de cinema e me permito mergulhar na magia. E a cada novo rapto, saio cada vez mais inspirada em novamente me meter em novas enrascadas, em um novo projeto.
Muitas vezes me perco, é verdade. Mas em preciosos momentos, percebo um encontro. Esse lugar novo que encontrei em mim reverbera em um lugar novo dentro do outro. Nesse momento, a mágica não é ilusória, é real. Vai além do entorpecimento da sala escura, é um momento que transforma.
É graças a esses momentos que eu continuo. E posso encarar mil fracassos, por mais duros que sejam, para sentir novamente esses instantes de encontro.
por Claudia Pucci
De tantos aprendizados, reflito agora sobre um: o fazer do próprio artista. Aqui não falo do profissional, do técnico, do funcionário. Mas do artista.
Tudo parte, primeiro, de uma relação mágica com a arte. Ninguém que se aventura nesse campo sabe definir racionalmente porque o faz, simplesmente se sente movido por uma força da natureza, às vezes até contrária à razão dos tempos, à praticidade da vida e às crenças vigentes, especialmente as que prezam pela segurança. Não, a arte não é um lugar seguro. Pelo contrário, o lugar para onde vamos é assustador e solitário à primeira vista, e somente se tivermos a firmeza interna de continuar é que encontramos a matéria-prima da concepção genuína. Todo o resto é cópia, e por mais bem realizada que seja, não faz tanta diferença no passar do tempo.
Mas voltemos à relação mágica com a arte. A princípio, quem se aventura primeiramente foi raptado. Em algum momento, seja por um filme, música, uma frase, foi abduzido a esse mundo e voltou diferente. No meu caso, o simples ruído do projetor na sala de cinema já era o portal para alguma felicidade: algo me seria contado, uma história, eu seria magicamente transportada para algum universo. Durante aquele tempo do filme, eu não mais seria eu, mas alguém na tela, em outro lugar, em outro tempo. E essa suspensão dionisíaca me faria sonhar acordada e me levaria também a outros lugares de mim.
Eu poderia continuar assim. Uma amante.
Isso faria de mim uma cinéfila, não uma cineasta.
Mas por alguma razão inexplicável, algo me chamou para ser uma realizadora. E, apesar de toda a mística em torno disso, todo o prestígio criado pelo meio, esse não é um lugar confortável. Porque, para começar, tive que abrir mão da minha relação mágica com o próprio cinema, desvendar o mundo atrás das cortinas, atrás das câmeras. Perceber que as histórias não nascem prontas, que os filmes não se fazem como por encanto, mas às custas de muito suor, trabalho, frustrações, fracassos e, sobretudo, medos. Especialmente o medo de não ser compreendida.
Assim, para me forjar cineasta, tive que abandonar o éden da poltrona do cinema. Tive que me submeter aos ácidos nessa alquimia da transposição de amante a artista. Em vários momentos, precisei acreditar quando ninguém acreditava, nem mesmo uma parte de mim que buscava o caminho mais fácil. Em outros momentos, tive que, humildemente, reconhecer que ainda não havia chegado onde queria, me desapegar do feito e recomeçar. Em vários momentos desisti, e graças a essa correnteza inexplicável que acabei chamando destino, fui jogada de volta ao furioso rio de minhas criações.
Até que, nesse turbilhão, colhi alguns frutos. E ao contrário do que se pensa, eles não são os aplausos. São o silêncio de quem não consegue achar palavras rápidas para definir o que viu, ou melhor, sentiu, ao assistir o resultado de tanta batalha. Porque aplausos rápidos e palavras rápidas vêm de lugares confortáveis, mas quando o espectador é também raptado, volta como que entorpecido.
Nada disso se faz facilmente. Como por encanto. A mágica está na tela, mas realizá-la nos coloca em situação de perder a relação mágica com o mundo. E não estou falando da relação lúdica com o mundo, mas de uma falsa crença de que as coisas serão feitas por si mesmas - um resquício do mundo infantil que ainda carregamos. Olho com esse impulso! É ele quem nos leva aos lugares fáceis, quem nos faz desistir na primeira dificuldade, e, principalmente, quem nos faz distorcer um primeiro impulso inovador, em geral ainda estranho, pelo receio de não ser aceito.
Sinceramente, acho melhor errar feio buscando algo inovador do que acertar fazendo o mesmo com roupagens novas. Porque para cada “acerto”, há muitos fracassos. E só quando perdemos o medo do fracasso, superamos esse medo infantil de não agradar, é que ganhamos a firmeza e a maturidade que um artista verdadeiro necessita.
Por isso, sempre me pergunto se quero continuar nesse caminho. Dá trabalho entrar na noite de si. Dá trabalho lidar com esses medos, angústias. Dá trabalho resistir às crenças de sucesso, dá trabalho recomeçar sempre. Às vezes, em trégua, volto à sala de cinema e me permito mergulhar na magia. E a cada novo rapto, saio cada vez mais inspirada em novamente me meter em novas enrascadas, em um novo projeto.
Muitas vezes me perco, é verdade. Mas em preciosos momentos, percebo um encontro. Esse lugar novo que encontrei em mim reverbera em um lugar novo dentro do outro. Nesse momento, a mágica não é ilusória, é real. Vai além do entorpecimento da sala escura, é um momento que transforma.
É graças a esses momentos que eu continuo. E posso encarar mil fracassos, por mais duros que sejam, para sentir novamente esses instantes de encontro.
por Claudia Pucci
sexta-feira, 21 de março de 2008
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Um comentário:
Uma ótima lista pra se ter uma boa referência de muita coisa pra se ver ainda!!!
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